domingo, 13 de maio de 2012







VIAGEM À EUROPA- 2012


Iniciamos, eu e minha mulher, o nosso tour europeu por Paris, ali chegando a 26 de abril. Hospedamo-nos em Montmartre, ao norte da cidade. Era nesse bairro que moravam artistas e boêmios, no passado. Para pouparmo-nos da escadaria, subimos pelo “funiculaire” até o alto da colina a fim de visitar a imponente igreja do Sacré-Coeur e depois contemplar boa parte da cidade (dali se vê inclusive a torre Eiffel). Circulamos pelo bairro numa espécie de trenzinho rodoviário, cujo condutor, em frente à igreja, oferecia os seus serviços. Nesse giro, passamos em frente ao Moulin Rouge e outros locais dignos de interesse. Mas Paris, mais que uma missa, vale mesmo pelas margens do Sena e a Île de la Cité, onde estão as suas principais atrações turísticas como as igrejas Notre Dame e Sainte-Chapelle, o Louvre, o Jardin des Tuileries, o museu d´Orsay etc. A entrada do Louvre foi por aquela pirâmide de vidro bizarra que ali instalaram, e que destoa brutalmente do seu entorno. Nesse museu, vimos quadros mais significativos para nós, por diferentes razões, como “O Velho e a Criança” de Ghirlandaio, “O Verão” de Arcimboldo, “Dante e Virgílio no Inferno” de Delacroix, “As Respigadeiras” de Millet etc. Havia tanta gente em frente à Mona Lisa que não conseguimos admirá-la bem. Também no vizinho (e menor) museu d’Orsay, dos impressionistas, havia muitos visitantes. O ideal seria visitar esses museus com pouca gente dentro. E com todo o tempo do mundo! Mas isso, naturalmente, é impossível...  

No museu d’Orsay, estabelecido numa antiga estação ferroviária, com amplos espaços ocupados por diversas esculturas (gostei do “Conde Ugolino” de J.B.Carpeaux), o que mais curtimos foram as telas de Van Gogh, muito reproduzidas e conhecidas, como as do retrato do Dr.Gachet, do quarto do artista em Arles, da igreja de Anvers-sur-Oise e de alguns autorretratos. “A Origem do Mundo”, de Courbet, que mostra apenas uma genitália feminina, com todo o realismo, não estava exposta. Será porque essa tela, de 1866, ainda fere os nossos preconceitos da moral judaico-cristã? 
 A famosa avenida Champs-Elysées, que leva ao Arco do Triunfo, me desapontou um pouco, assim como Montmartre. Esperava mais. A propósito, dado o nosso gosto pelos transportes alternativos, circulamos pela Champs-Elysées sentados num veículo puxado por um ciclista... Senti-me como um mandarim num riquixá da antiga China! Na margem sul do Sena (Rive Gauche), andando por suas ruas, logo nos encontramos em Saint-Germain- de- Près, o bairro dos existencialistas no pós-guerra, onde fizemos questão de sermos fotografados em frente aos cafés de Flore e Deux Magots, frequentados por Sartre, Simone de Beauvoir e outros intelectuais.  (Hemingway também frequentou o Deux Magots). Viemos andando pelo boulevard Saint-Germain, passamos por esses cafés e visitamos a igreja  próxima deles (essa igreja é a mais antiga de Paris e nela está enterrado Descartes). Ao deixar a margem sul do rio, demos uma olhadinha nas bancas de livros usados instalados ao longo dela. Na ponte pela qual atravessamos o Sena, notamos inúmeros cadeados presos na sua amurada. É costume dos casais apaixonados que o visitam comprar um cadeado dos vendedores locais, escrever seus nomes nele, prendê-los ali e jogar a chave no rio, para que permaneçam unidos para sempre... Essas pontes sobre o Sena proporcionam belas vistas de suas águas e margens, num quadro peculiar que impressiona os visitantes. Nas águas eles veem avançar os barcos (bateaux mouches) cheios de turistas, e nas margens, os inúmeros prédios e palácios antigos, grandes e sóbrios.  

Também estivemos numa praça onde avistamos o Hôtel des Invalides,  abrigo para os veteranos das guerras em que a França se envolveu. Ali  compramos souvenirs de ambulantes senegaleses e logo depois rumamos para o vizinho Campo de Marte, onde se localiza o prédio de uma Escola Militar (em que Napoleão foi cadete). Na praça, em frente a esse prédio, há um belo monumento ao Marechal Joffre, herói francês da I Guerra. Desse local obtém-se uma boa vista da torre Eiffel.  

Em 29 de abril, deixamos Paris e rumamos de ônibus para Londres, atravessando o Canal da Mancha pelo Eurotúnel (não saímos do ônibus, é ele que entra num longo vagão de um trem, que segundo nos disseram corre a 140 km por hora, a 40 m abaixo do nível da água. Quando em movimento, não sentimos nada, apenas uma ligeira trepidação dentro do ônibus). Deixamos a França na altura de Calais, e entramos na ilha inglesa por Folkstone.  
Londres se singulariza logo pelas suas peculiaridades, pelos ônibus de dois andares e cabines telefônicas vermelhas, pelos táxis com design próprio, de cor negra como os capacetes dos policiais urbanos, pela mão inglesa do trânsito, pela arquitetura dos prédios antigos, pelos monumentos enormes, pelas estátuas equestres etc.

Após um city-tour pela área central, em que avistamos o London Eye (a Roda Gigante), o Parlamento, o Big Ben etc, nosso ônibus parou junto à  Abadia de Westminster, para admirarmos o prédio e suas imediações. Há ali uma escultura de Nelson Mandela, junto à qual fiz questão de tirar uma foto. Nessa abadia é que se realizam as coroações dos reis e rainhas da Inglaterra. Ali estão sepultados Isaac Newton e Charles Darwin. Partimos depois para o Palácio de Buckingham, a fim de ver a cerimônia da troca da guarda da rainha. Ao sair com dificuldade dali, dado o número de turistas presentes,  caminhamos pela avenida (The Mall) ao lado de St James’s Park que leva à Trafalgar Square, no coração de Londres. O nome da praça é uma referência à batalha em que morreu o almirante Nelson, em combate contra os franceses de Napoleão, em 1805. No centro dela há uma longa coluna em cujo topo ergue-se a estátua de Nelson. Ali se situa a National Gallery, que visitamos, detendo-nos principalmente em frente a “Os Embaixadores” de Holbein, “O Casamento dos Arnolfini” de Van Eyck e “A “Vênus no Espelho” de Velázquez. Aliás, a ala dos pintores espanhóis era das que continha mais gente. Além de Velázquez, havia ali telas de Murillo, Zurbarán e outros. Nos museus de Londres não se paga para entrar, ao contrário dos de Paris e Amsterdam (o ingresso aí custa de 12 a 14 euros). Mas jovens com menos de 18 anos são dispensados de pagar. Andamos por Piccadily Circus com seus cinemas e teatros (uma peça de Agatha Christie, “A Ratoeira”, está em cartaz ali há 60 anos!) e vimos as lojas de Regent Street. Nosso hotel, bem localizado, ficava em Bloomsbury, próximo à Russel Square. Junto a essa praça estabeleceram-se os editores Faber & Faber, para quem T.S.Eliot trabalhou durante muitos anos. Esse bairro é aquele de Virgina Woof e outros escritores, o chamado "grupo de Bloomsbury". Infelizmente, dado o contratempo que tive em Londres -- o furto de meu passaporte quando observava a troca da guarda em frente ao palácio de Buckingham -- não pude visitar o Soho, bairro em que morava Marx, nem o British Museum, onde ele trabalhava, próximo ao nosso hotel.  

Quanto ao furto do passaporte, cabe aqui uma crítica à tão decantada Polícia de Londres, que não protege adequadamente o enorme número de turistas que se aglomeram para ver a troca da guarda, realizada pontual e britanicamente às 11:30.  Os furtos ali são tão comuns que a nossa guia já havia cantado a bola, afirmando que metade das pessoas presentes no local era formada por turistas e a outra metade, por punguistas. Se até a guia já sabia disso, com muito mais razão devia saber a Polícia londrina... Os policiais só se ocupam em conter o povo e reservar espaço para o desfile daqueles soldadinhos de brinquedo... Mais me aborreceria depois, ao procurar fazer o “boletim de ocorrência”, uma das exigências do Consulado Geral do Brasil para eu obter um novo passaporte (as outras foram pagar no ato 136 libras, fazer requerimento pela internet e tirar foto). A coisa já começou errada quando o Consulado não me deu a informação correta sobre o local onde fazer o “b.o.”. Ali, me mandaram para o centro, numa rua próxima à Trafalgar Square. Pegamos um táxi e tivemos que enfrentar um tráfego congestionado, além de pagar uma tarifa mais cara (porque os carros em Londres, quando entram na área central, pagam 10 libras). Todo esse trabalho não deu em nada, pois lá chegando a policial me descartou, mandando-me para um terceiro local, mais próximo do primeiro...  Quando por fim consegui fazer o “b.o.”, o policial registrou que eu extraviei o passaporte (e não que fui furtado), desconsiderando assim a explicação detalhada que lhe havia dado. Queria certamente melhorar a imagem da policia local, que não ficara bem na foto. Além disso, o policial ainda se referiu à criminalidade do... Rio de Janeiro! Mas felizmente obtive novo passaporte no mesmo dia, e prossegui viagem.  
Um aspecto positivo da cidade, assim como de Paris, é o seu sistema de metrô, que em Londres se chama "Underground" (os portugueses porém, como o nosso motorista, o chamam de metro, com o acento na primeira sílaba). Qualquer sujeito, com um mapinha do sistema nas mãos, fartamente distribuído pela entidade que o administra, rapidamente entende a sua lógica e se vira bem em Londres. Apesar dos contratempos, ainda conseguimos visitar dois cartões postais da cidade, junto ao rio Tâmisa, a Tower Bridge e a Torre de Londres (esta, um local sinistro antigamente, de prisões, torturas e execuções, onde foram mortos Thomas Morus e Ana Bolena, por exemplo). Utilizamos o metrô para ir até lá. Em vez de comprar o ticket toda vez que o turista quiser se deslocar, é mais econômico comprar um “travelcard”, que custa 7 libras por pessoa e vale para todo o dia, não importando o número de deslocamentos que fizer (também é aceito no ônibus de dois andares, que tomamos uma vez). Para estar de acordo com o lugar, num pub próximo ao nosso hotel, tomamos um pint de cerveja e comemos peixe com batatas fritas (fish and chips)... Um exemplo de civilização: andando por uma das ruas da cidade, em frente a uma loja, havia uma caixa com livros em que um aviso dizia que o interessado podia servir-se deles. Depois de ler o livro, deveria retorná-lo para a caixa ou substituí-lo por outro. Naturalmente, servi-me de um (“The Heritage of Symbolism” por C.M.Bowra) e juro que o substituiria por outro, se morasse em Londres. Achei a ideia excelente e pretendo imitá-la aqui! Também fiquei muito bem impressionado com a gente do povo, e sua boa vontade em prestar informações aos estrangeiros (aliás, como em Paris por toda parte se via gente de fora, com mapas e guias nas mãos...)  

Na sequência, retornamos para o continente, sempre dentro do ônibus, que seguiu de Calais para Bruxelas com uma parada em Bruges, já na Bélgica. Para atravessar a fronteira com a França não foi preciso nem mostrar o passaporte, graças à União Europeia: isso também aconteceu quando, mais tarde, cruzamos a fronteira com a Holanda e depois a Alemanha. Mas para entrar na Inglaterra foi necessário cumprir formalidades na fronteira, certamente porque ela ainda é saudosa da sua predominância e importância de outrora... (deve ser esse sentimento que a fez manter a libra e não adotar o euro, manter um sistema métrico próprio, a mão esquerda no trânsito etc).  

Bruges é uma cidadezinha encantadora, que parou no tempo, guardando ainda muito de suas características medievais. Percorremos suas ruas e entramos em algumas casas comerciais. Rosi se admirou dos trabalhos de renda que viu expostos nas lojas, dos tecidos, tapeçaria etc Isso está de acordo com a tradição da cidade, que no passado foi importante centro exportador de tecidos. Visitamos a sua bela praça central, do mercado, palácio provincial, correios e do campanário, com sua elevada torre. Avançando por uma rua lateral, demos com uma outra praça muito bonita, que antigamente era o centro da cidade, onde se localizam belos prédios como os do Burg (fortim), a Basílica do Santo Sangue e a Prefeitura, esta em estilo gótico.  

Pernoitamos em Bruxelas, a capital da União Europeia, após visitar o Atomium, monumento que representa um átomo aumentado bilhões de vezes, construído para a Exposição Mundial de 1958. Demos uma volta pela praça central (Grand Place), rodeado de belos prédios antigos, um deles a prefeitura da cidade, também em estilo gótico, e outros, com estátuas de diversos artesãos, que sediaram suas corporações de ofícios. Vimos ainda o famoso Manneken Pis, uma pequena estátua do menino que faz xixi, símbolo da cidade (segundo o guia Fodor’s, a primeira menção a essa estátua consta em um documento de 1377). Ficamos surpreendidos em constatar pobreza em Bruxelas, fruto de uma política econômica insensível ao seu custo social: notamos uma família abrigada debaixo de uma marquise para passar a noite. Um membro do nosso grupo ficou observando a cena quando, de repente, surgiu um homem em pé (decerto pertencente a essa família) esbravejando contra ele, certamente irritado pelo simples fato de estar ali testemunhando a sua condição miserável. Outro homem, mais velho, de boa aparência, visivelmente embriagado, aproximou-se de nós para pedir dinheiro... À noite, com a consciência doendo, fomos jantar num dos inúmeros restaurantes próximos à praça central, orientados para servir a clientela de turistas de várias partes do mundo que visitam a cidade. Quem nos serviu foi um garçon marroquino que misturava palavras de italiano, francês e espanhol e esforçava-se para nos agradar...   

No dia seguinte, partimos para a Holanda, seguindo pela rodovia que liga Bruxelas a Haia, passando por Antuérpia e Rotterdam, o segundo maior porto do mundo, depois de Xangai. Nosso destino na realidade era Amsterdam, a capital do país, mas como no caso anterior, paramos em Haia, para passar meio-dia nessa outra capital da Holanda, residência da rainha Beatrix. No city-tour que fizemos observamos vários palácios, inclusive aquele em que funciona a Corte Internacional de Justiça, construído em 1900, no qual pode ter ocorrido a Conferência de 1907 em que Rui Barbosa se notabilizou, sendo  por isso chamado o “Águia de Haia”.  Em Haia também observamos o belo conjunto de prédios à beira de um canal, prédios esses ocupados pelo Parlamento e também pelo museu Mauritshuis (que foi casa de Maurício de Nassau quando ele voltou do Brasil). Infelizmente não pudemos ver aí o famoso quadro da “Moça com Brinco de Pérola” de Vermeer nem “A Lição de Anatomia” de Rembrandt, pois o Museu estava fechado para uma reforma (seu acervo tinha sido transferido para outro local, na cidade). Numa feira de livros usados que descobrimos por acaso, ao circular pelas imediações, comprei uma edição mais antiga das “Fleurs du Mal”, com muitas notas, que vai se juntar às outras que já possuo desse livro cativante. Depois de passar algumas horas em Haia, seguimos para Amsterdam, que literalmente significa dique (dam) do rio Amstel. Ali hospedamo-nos, ao anoitecer, num hotel próximo ao aeroporto de Schiphol. Mas antes disso, nosso ônibus circulou pelo centro da cidade, também pela área em que se situa o Rijkmuseum e o Museu Van Gogh, orientando-nos sobre sua localização (os holandeses pronunciam Van Gogh de um modo gutural, que para nós é incompreensível). Este seria visitado na tarde do dia seguinte, que tivemos livre na cidade. Pela manhã, ousamos fazer uma pequena aventura. Na Estação Central comprei tickets para uma ida até Utrecht, a cidade onde nasceu e viveu quando criança meu trisavô Jacobus Gijsbertus Paulus van Erven (ou, na versão francesa de seu nome, Jacques Guilbert Paul van Erven) que emigrou para o Rio de Janeiro em 1824 e originou nossa família nestas terras tropicais. Utrecht dista de trem aproximadamente 25 minutos de Amsterdam. É uma cidade mais tranquila que esta, de prédios antigos, de quatro ou cinco andares, com a coloração marrom escuro, e também com a presença de canais. No trem bati papo o tempo todo com um jovem simpático do Uzbequistão (!), que só conhecia do Brasil os nomes de Pelé e Ronaldo mas que se referiu também (como o policial londrino) à criminalidade no Rio (no futuro, espero não um marketing mais agressivo do Rio no exterior, mas que não haja mais motivo para que os estrangeiros o associem à criminalidade...). Saindo do trem, pegamos um táxi e fomos diretamente a Jeruzalemstraat (rua Jerusalém), onde se localizava a igreja em que Jacobus foi batizado, mas que não existe mais, e depois a Plompetorengracht 18, a casa em que ele viveu quando pequenino, conforme me informou o genealogista da família, John van Erve. Visitamos também naturalmente as ruas do centro da cidade, sob a Domtoren (que significa “torre da catedral”), originalmente o campanário de uma catedral também não mais existente. Essa torre é o cartão postal da cidade. Utrecht é a quarta cidade da Holanda, com uma população de aproximadamente 300 mil habitantes. 

Em Amsterdam, não tivemos tempo de visitar a casa de Anne Frank nem a casa onde morou Rembrandt, que só vimos de longe, no city-tour. Nessa ocasião, nosso ônibus entrou por uma rua do famoso Bairro da Luz Vermelha, onde havia prostitutas se expondo nas vitrines. Caminhamos depois pela região da Estação Central, muito movimentada, e por outra, mais tranquila, junto a um canal, em que atrapalhamos o tráfico de ... ciclistas, de todas idades. No dia em que estávamos na cidade, 4 de maio, realiza-se ali, costumeiramente, uma cerimônia, com a presença da rainha, para lembrar os mortos na II Guerra Mundial. Às 20 h, quando fazíamos lanche no restaurante do hotel (que transmitia pela TV a cerimônia oficial), observamos, como todos os holandeses, dois minutos de silêncio. Já havíamos sido alertados para isso por avisos fixados na parede. No hotel parou tudo nessa hora, inclusive não funcionaram escadas rolantes nem elevadores. 

Tivemos também ideia de como a guerra sacrificou os países europeus em Colônia, na Alemanha, a próxima parada de nosso ônibus. Conforme o nosso guia, 80% da cidade foi bombardeada na II Guerra. Mas foi poupada a sua magnífica catedral, um prédio imenso (para se ter uma referência local, várias vezes superior à Catedral de Curitiba). Numa loja de souvenirs próxima comprei dois cartões postais da Catedral, um mostrando como ela se apresenta hoje, e outra, como ela se apresentava em 1945, com todo o seu entorno em ruínas. A umas duas horas de Colônia, rumo a Frankfurt, paramos numa localidade à margem do rio Reno, Boppard, onde fizemos um passeio de barco por esse rio, até St. Goar, enquanto comíamos um prato com a típica salsicha alemã (wiener, donde deriva a “vina” do vocabulário curitibano) e bebemos cerveja, avistando os prédios em suas margens e também alguns castelos antigos, no alto dos morros.  

Frankfurt, um dos principais centros financeiros da Europa, também foi arrasada na II Guerra. Só vimos prédios novos nas imediações do nosso hotel. Os prédios do centro histórico foram reconstruídos após 1945, mantendo as características dos originais, como a igreja de S.Paulo, conforme consta em uma placa ali fixada. Seus táxis, de cor bege, são todos Mercedez-Benz. Tomamos nessa cidade o avião da Air France que nos levaria para o aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, de onde partimos para o Rio de Janeiro. A travessia do Atlântico levou quase dez horas. Quanto ao fuso horário, Paris (e as outras cidades visitadas, exceto Londres) está cinco horas na nossa frente. Londres está quatro horas.